A música tem uma temática medieval, fazendo referências ao feudalismo. Renato idealiza e imaginava o Brasil fazendo uma analogia entre nosso país e a Europa medieval. Entre essas analogias, Renato Russo assumiu que a letra fala de uma época durante o mandato de Collor, quando os direitos autorais das canções ficavam presos e como a Legião Urbana fazia poucos shows, a banda ficou durante muito tempo sem receber dinheiro, indignação esta expressa nos versos:
"Quase acreditei na sua promessa/ E o que vejo é fome e destruição/ Perdi a minha sela e a minha espada/ Perdi o meu castelo e minha princesa"
"E há quem se alimente do que é roubo/ Mas vou guardar o meu tesouro/ caso você esteja mentindo"
Imagina no feudalismo uma época onde tudo o que sempre idealizou existia: a nobreza (dos cavaleiros medievais), a honra (nos laços de vassalagem).
Renato sempre cita em muitas de suas músicas como o tempo passa e tudo leva embora. Leva a juventude, a beleza, as pessoas. Ex: Pais e filhos, Tempo Perdido, La Nuova Gioventú. Por isso ele canta: " Tudo passa, tudo passará"
Em uma passagem canta: "Eu Sou metal - raio, relâmpago e trovão/ Eu Sou metal, eu sou o ouro em seu brasão"
O Ouro é um dos poucos metais que não oxidam. É praticamente eterno. Renato tinha medo da morte, por isso ele gostaria de ser como o ouro: nobre (moralmente) e eterno. Ele fala em uma de suas músicas:
"Quero a minha nação soberana Com espaço, nobreza e descanso" (Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar)
É no feudalismo e na idade média que ele encontra o mundo que sempre buscou.
Poesia:
Metal contra Nuvens
Não sou escravo de ninguém
Ninguém, senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E, por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz
Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais
Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão
Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos
Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra tem a lua, tem estrelas
E sempre terá
Quase acreditei na sua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa
Quase acreditei, quase acreditei
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo
Olha o sopro do dragão
É a verdade o que assombra
O descaso que condena
A estupidez, o que destrói
Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes
O corpo quer, a alma entende
Esta é a terra de ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos
Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão
Não me entrego sem lutar
Tenho, ainda, coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então
Tudo passa, tudo passará
E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora
Apenas começamos
(Legião Urbana)
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